“Não é somente uma questão de que o evangelismo e o envolvimento social devam ser feitos concomitantemente. Ao invés disso, na missão integral a nossa proclamação tem conseqüências sociais ao motivarmos as pessoas a amarem e se arrependerem em todas as áreas da vida. O nosso envolvimento social tem conseqüências evangelísticas ao testemunharmos a graça transformadora de Jesus Cristo. Se ignorarmos o mundo, traímos a Palavra de Deus que nos envia para servir o mundo. Se ignorarmos a Palavra de Deus, não teremos nada para levar ao mundo. A justiça e a justificação pela fé, o louvor e as ações políticas, a transformação no âmbito espiritual, material e pessoal, e as mudanças estruturais devem caminhar juntas. Assim como vimos na vida de Jesus, o ser e o fazer estão no âmago da nossa tarefa integral’’
Rede Miquéias
Missão integral, diferente do que muitas pessoas pensam, é o trabalho da igreja local relacionado à transformação econômica, física, psicológica, social e espiritual das pessoas carentes. É através da missão integral que a igreja pode mostrar para o mundo que veio para evangelizar, pregar, louvar, mas veio também para amar, cuidar, respeitar, ajudar, transformar, alimentar etc.
Resumindo a missão integral é a missão da igreja de atender às necessidades das pessoas de maneira multidimensional.
Apesar de ser um conteúdo muito estudado atualmente a missão integral já existe há muitos anos. Jesus Cristo durante várias passagens bíblicas faz uso dela. Um claro exemplo é a passagem que fala sobre a primeira multiplicação dos pães e dos peixes:
“E, Jesus, saindo, viu uma grande multidão, e possuído de íntima compaixão para com ela, curou os seus enfermos. E, sendo chegada a tarde, os seus discípulos aproximaram-se dele, dizendo: O lugar é deserto, e a hora é já avançada; despede a multidão, para que vão pelas aldeias, e comprem comida para si. Jesus, porém, lhes disse: Não é mister que vão; dai-lhes vós de comer. Então eles lhe disseram: Não temos aqui senão cinco pães e dois peixes. E ele disse: Trazei-mos aqui. E, tendo mandado que a multidão se assentasse sobre a erva, tomou os cinco pães e os dois peixes, e, erguendo os olhos ao céu, os abençoou, e, partindo os pães, deu-os aos discípulos, e os discípulos à multidão. E comeram todos, e saciaram-se; e levantaram dos pedaços, que sobejaram, doze alcofas cheias.E os que comeram foram quase cinco mil homens, além das mulheres e crianças.” MT 14.14-21
Esta passagem, apesar de ter sido um milgre, mostra a compaixão de Jesus para com aqueles e O seguiam. Vamos fazer uma análise desta passagem:
“E, Jesus, saindo, viu uma grande multidão, e possuído de íntima compaixão para com ela, curou os seus enfermos’’
“despede a multidão, para que vão pelas aldeias, e comprem comida para si. Jesus, porém, lhes disse: Não é mister que vão; dai-lhes vós de comer.”
Observando esses dois fragmentos do texto citado acima é possível entender que a multidão teve suas nessecidades básicas, naquele momento, supridas. Jesus se compadeceu das pessoas e as curou e mais tarde viu que eles precisavam se alimentar, isso mostra a preocupação dEle não só eles vão ouvir a palavra ou se precisam de sermões, Ele se preocupou em alimentá-los e em sará-los. Trazendo pros nossos dias, muitos se gabam e se axaltam por consseguir fazer com que um número grande de pessoas aceitem a Jesus, mas eles não se preocupam se aquelas pessoas estão precisando de alimento,de roupa, de remédio, de afeto e de um lugar pra morar, eles se preocupam somente com “pedrinhas na sua coroa”, percebe-se então um descomprimento da palavra, pois ela diz para sermos imitadores de Cristo , e ele curava, alimentava e cuidava.
Deus preocupa-se com as necessidades básicas das pessoas, sejam elas espirituais ou materiais. O envolvimento social faz parte do seu caráter (Salmos 146:7-9). Ele se opõe às pessoas responsáveis pela injustiça e coloca-se ao lado das vítimas da opressão. Ele espera que tenhamos a mesma preocupação pelos oprimidos (Provérbios 31:8-9 e Isaías 1:10-17). Devemos cuidar das pessoas à nossa volta (Marcos 12:28-34). Jesus contou a parábola do bom samaritano (Lucas 10:25-37), que mostra que devemos cuidar das pessoas independentemente das diferenças sociais e culturais.
O que se espera da missão integral?
· Necessidades básicas supridas – atendendo as principais necessidades básicas das pessoas, assim como por alimentos, água, saneamento, saúde, moradia, educação e informação.
· Participação e empoderamento – criando condições para que as pessoas pobres façam escolhas, participem em ações e decisões que afetam as suas vidas e se tornem agentes de transformação.
· Bom gerenciamento de recursos – usando e distribuindo recursos ambientais de forma sustentável e compassiva, garantindo que as necessidades materiais de todos sejam supridas hoje e no futuro.
· Defesa e promoção de direitos – engajando pessoas no trabalho de defesa e promoção de direitos para combater as injustiças estruturais e proteger as pessoas vulneráveis.
· Mudança de valores – ajudando as pessoas a reconhecerem o seu verdadeiro valor por terem sido formadas à imagem e semelhança de Deus, desafiando e transformando os valores e a visão de mundo das mesmas.
· Envolvimento da igreja local – incentivando comunidades cristãs sustentáveis em seu compromisso com Jesus Cristo através da adoração, da oração e do ato de servir as pessoas pobres.
· Oportunidades para conhecer a fé cristã – criando oportunidades para que as pessoas encontrem, reconheçam e sigam o senhorio de Jesus Cristo.
· Cristãos em funções de liderança – cristãos servindo as suas comunidades e ocupando funções de liderança e responsabilidade fora do contexto da igreja.
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